Não há quem não espere alguma coisa, muitas vezes apenas ficamos esperando e é nisso em que falhamos.
As nossas realizações estão sempre dependentes de ações e aprovações alheias.
Necessitamos de reconhecimento como sedentos e esfomeados.
Na maior parte das vezes, apenas por tola vaidade, deixamos de contribuir para o bem apenas porque não afagam nosso ego.
O nosso desprendimento é superficial, o nosso amor é condicional e nossa humildade conveniente.
Nos indignamos com as injustiças a nossa volta, mas ficamos somente nisso.
A nossa visão é apenas periférica, nos furtamos a enfrentar os problemas de frente e nunca focamos a solução.
Damos esmolas por desencargo de consciência e nada além disso.
Quando nos predispomos a um trabalho voluntário nunca encontramos o ideal.
Não temos paciência com os outros e reclamamos que não temos atenção.
Queremos viver um amor “maior do mundo”, mas somos como vasos trincados incapazes de guardá-lo.
Nossos ideais são excludentes, a nossa fé é cética, a esperança é circunscrita e nosso amor “incondicional” está eivado de orgulho e vaidade.
Queremos transcender, mas chafurdamos na lama.Mal saímos do oleiro e nos achamos um trabalho de arte.
Não conseguimos viver bem a nossa humanidade, mas habitar entre os arcanjos é o que queremos.
Carlos Eduardo Bronzoni
27 de dezembro de 2007
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