Não é incomum que se queira mais do que oferece. Estamos sempre achando que estão nos explorando, que estão abusando de nossa boa-vontade e boa-fé. Só que nem sempre é assim...
A verdade é que todos somos interesseiros, estamos sempre fazendo as coisas na expectativa da retribuição. Até mesmo a “caridade” é uma tentativa de troca com o Criador.
Se fazemos uma oblação ou algum sacrifício é apenas em favor de um interesse mesquinho, um reconhecimento público fugaz.
Não temos a têmpera da bondade, mas a máscara (ou persona) do “bonzinho”. Nos escondemos atrás de nós mesmos para não mostrar o que somos.
As justificativas são as mais diversas, mas isso é apenas uma desculpa conveniente pra não assumimos que estamos sempre a espreita, sempre querendo tirar o máximo de vantagens.
Olha-se mais e chama muito mais a atenção sobre o cisco em olhos alheios do que ver a trave que dificulta a própria visão.
Enquanto a dor não nos atinge profundidade da alma a nossa comoção é superficial como o vento que toca a pele.
Viramos os olhos à dor que anda ao lado e reclamamos da insensibilidade das pessoas.
Nas relações sociais não cobramos das autoridades as obrigações que lhe competem e sofremos com o descaso e a violência. Aceitamos esse jogo por sempre podermos tirar alguma vantagem que nos beneficie.
Apenas somos porta-bandeiras de nossos diletantismos e sucumbimos ao peso da vaidade e orgulho.
Ter interesse não é mal em si mesmo, a questão é como lidamos com ele. Se de uma forma generosa ou egoísta.
De uma maneira geral agimos com interesse egoísta, depois quando o que se recebe não é o esperado, gritamos ao mundo o quanto fomos enganados e somos vítimas.
Carlos Eduardo Bronzoni0
9 de julho de 2007
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