sexta-feira, 3 de junho de 2011

Lembrando de Fernando Pessoa


Na vida as coisas não acontecem em sequencia, mas tudo ao mesmo tempo e o tempo todo, é o que chamam de “realidade paralela” e não tem como ser de outro modo.
Nós é que queremos ordenar as coisas e fazer filas de prioridades.
Só que a Vida não age assim...
Ela simplesmente joga todas as cartas na mesa, coloca todas as opções ao mesmo tempo, nós que sequenciamos e pegamos uma a uma, sem ver qual é...
Basta observar um simples amanhecer, o sol surge, as cores se mostram em profusão, pássaros voam sobre nossas cabeças e milhares de outras coisas acontecem concomitantemente e nem temos consciência disto...
Nem mesmo Deus segue essa Linha de Tempo, que supomos ser verdade. Para nós o tempo é uma sequencia de minutos, dias, meses, anos e séculos.
Só que isto, além de uma criação de nossa mente, apenas acontece numa ínfima parte do que entendemos por vida.
As oportunidades surgem a todo instante em nosso cotidiano, na maioria das vezes sequer nos damos conta, nem importância e deixamos passar sem a menor atenção...
Fomos condicionados a nos relacionar com que toca apenas os nossos cinco sentidos, além disso, a enorme maioria vê como sobrenatural, quando é exatamente ao contrário, é normalíssimo.
E nem isto se refere a supostos efeitos de pretensos atos mágicos ou de algumas poucas pessoas “especiais”, que expressam dons ou carismas e a ciência ainda não tem como dimensionar.
É de nossa maneira de lidarmos com o “outro”, seja um parente, vizinho, conhecido, colega, amigo e até mesmo os outros “eus” que existem em cada um de nós... O que me lembra Fernando Pessoa.
Raramente temos essa consciência e a percepção dessa existência e da importância em nossas vidas.
Queremos “conter” o tempo todo; colocar num cercado e controlar.
Só que, quando nos damos por nós, não temos mais o tal tempo, que imaginávamos existir e controlar, mas do qual em verdade éramos escravos; de uma ilusão.
A nossa vida -- que poderia ter se expandido -- se contraiu, que poderia ser grande se apequenou; e o que ganhamos com isto?

“Das nebulosas em que te emaranhas
Levanta-te, alma, e dize-me, afinal,
Qual é, na natureza espiritual,
A significação dessas montanhas!”
Fernando Pessoa

“A montanha”
(Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos)
Carlos Eduardo Bronzoni
3 de junho de 2011

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