sexta-feira, 3 de junho de 2011

Como disse o poeta argentino


Se decepcionar faz parte de viver, assim também quando ficamos gratificados. Isso não acontece porque somos marionetes nas mãos dos “deuses”, nem mesmo porque as pessoas são “imperfeitas” e passiveis de erros...
A nossa decepção ou satisfação é proporcional as nossas expectativas... Não há decepção quando não há uma relação de troca; e essa percepção só existe a partir de nós e não do outro.
É como Buda ensinou: “quem tem mil desejos tem mil sofrimentos, quem tem um desejo tem um sofrimento, que não tem desejos não tem sofrimentos”.
O “desejo”, neste caso, não é sinônimo de “vontade”, mas do querer saciar as veleidades...
Deste modo, está ligado (o desejo) ao que se denomina de “carma” (Lei de Causa e Efeito) e a “vontade” é a ação do “darma”, cujo significado é “dever”.
Porque, na maior parte do tempo, se está “abrindo um buraco para fechar o outro”, OU “jogando a sujeira para debaixo do tapete”, como falam os antigos.
Isto é carma, consequências de nossas atitudes, palavras e pensamentos, independente das tonalidades de nossas intenções, ou seja, estaremos sempre sob o jugo desta Lei, ainda que em algum momento consigamos sair da Roda das Encarnações...
Só que estamos sempre querendo negociar e renegociar com o “destino”, que nós mesmos traçamos para nós.
Entretanto, isto nada tem a ver com o que, as religiões de viés cristão, ensinam sobre “determinismo”... Afinal, Deus não é discricionário.
Por isso sofremos, estamos sempre querendo dar um “jeitinho” nas coisas e nunca resolver como têm que ser resolvidas.
Estamos quase sempre trocando seis por meia dúzia, apenas com o intuito de “se dar bem” ou “ficar bem na fita”.
O que nada tem a ver em não saber negociar, nem ter jogo de cintura ou não ter um plano “b”, viver não é não agir e nem pensar com rigidez de pedra, muito pelo contrário.
As pessoas que teimam não são as mesmas que são perseverantes.
O darma, por sua vez, nem por isso é um dever autoritário e insensível, há de se ter afeto, como disse o poeta argentino: “Hey que endurecer-se pero sin perder la ternura jamás”...
Só que isto, ainda que não seja do desconhecimento das pessoas, raramente é colocado em prática.
Carlos Eduardo Bronzoni
2 de junho de 2011

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