Muitas vezes damos um peso desnecessário a situações que nem sempre mereceriam serem lembradas.
É verdade que tudo tem um aprendizado de experiência, mas uma coisa ter a memória das coisas ocorridas, como referência e outra é transforma-las em fardos, mesmo que essa lembrança seja de coisas boas.
Independente da qualidade das coisas que fizemos, no momento que encerramos uma a vivência, passa a ser uma coisa exclusivamente do passado, pode ser uma noite insone ou um belo jantar a luz de vela.
O nosso grande obstáculo é que sempre estamos querendo trazer o passado a reboque, queremos sempre guardar pequenas lembrancinhas, seja um papel de bala, um pedaço de papel sujo de bolo, qualquer coisa que nos remeta aquele momento e acabamos escravos do que já se foi.
Da mesma maneira ficamos remoendo mágoas e ressentimentos. Seja aquela palavra dita na hora errada, o atraso, o encontro desmarcado ou adiado.
Sempre estamos a cata de algo que nos prenda e nunca usamos a nossa experiência cotidiana para nos libertar, para sermos felizes
Fazemos de nossa memória a nossa masmorra, dos momentos que já vivemos a uma corrente de ferro, transformamos em aguilhão o medo de ousar, de aprender uma nova e diferente experiência.
Não importa o quanto caminhamos, não importa quantas trilhas entramos, quantos obstáculos superamos.
A cada dia e a cada momento estaremos sempre aprimorando mais nossas qualidades e, o que antes não merecia atenção, hoje percebemos de outra forma, nossos sentidos ficam mais aguçados e ficamos mais atentos.
Os místicos chamam de iluminação, os psicólogos de "estar centrados", os religiosos de "um encontro pessoal com Deus" ou simplesmente podemos considerar isso mais um passo para a maturidade
Carlos Eduardo Bronzoni
13 de novembro de 2001.
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